Como vai, galerinha? Tudo b-e-lezura! Hoje volto com uma notícia sensacional para nós brasileiros. Irão dizer: Ah, é um crustáceo michuruca, o que eu quero ver são dinossauros! Eu sei que não estou postando nada específico sobre uma espécie ou outra, desde que ressuscitei, mas é muito importante a descoberta deste pequeno invertebrado, pelos motivos que explicarei mais a frente.
O espécime de 1,8 centímetros de comprimento, foi encontrado na formação calcária, na Chapada do Araripe, distrito de Jamacaru, próximo a Crato, no Ceará, localizado a cerca de 500 quilômetros do litoral e datado em 110 milhões de anos, pelos pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (Urca). O fóssil se destaca por ter sido preservado tridmensionalmente, o que é uma ocorrência muito rara! Desde maio, quando a pedra em que estava o fóssil foi descoberta, um trabalho de coordenação motora bastante fina para revelar a forma do camarão exigiu meses de tratamento na rocha, com lupa capaz de aumentar a imagem 60 vezes e instrumentos delicados como uma agulha para aplicação de insulina. "Quando se encontra um fóssil de um bicho que tinha perninhas e antenas o trabalho final é muito mais delicado que quando se encontra um dinossauro, por exemplo. Qualquer movimento errado pode por a pesquisa em risco" — explica o paleontólogo Alamo da Silva.
O camarão fóssil encontrado pela equipe de Alamo é da família Caridea e está na linha evolutiva dos camarões atuais criados em fazendas, o Machobrachium rosenbergi. Por se tratar de um achado inédito, os pesquisadores batizaram com um novo nome de gênero e espécie, a Kellnerius jamacaruensis. O nome foi uma homenagem a Alexander Kellner, pesquisador que ajudou a estabelecer um núcleo de paleontologia na região, e à reserva de Jamacaru, onde ocorreram as escavações.
Voltando a questão de sua importância para nossa investida cultural, o sítio de Jamacaru é um local essencial para análise da paleogeografia brasileira, considerando que, até agora, os fósseis encontrados ali, em geral tartarugas, não constituíam-se por evidência conclusiva para idealização de litoral cretácico nessa região. E é claro, a divulgação de todo achado brasileiro é uma conquista, levando em conta destronarmos os Estados Unidos como centro da Subordem Dinosauria e, passados meus apelos anti-elitistas, combatermos o tráfico de fósseis.
A nova espécie será registrada na publicação neozelandesa “Zootaxa”, especializada em trabalhos que provem a existência de espécies inéditas.
Fonte: Dino World
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